Amplamente empregados no gerenciamento de estoque, FIFO e FEFO são metodologias que têm a ordem de movimentação das mercadorias como o principal fundamento no qual se baseiam. “First In, First Out” e “First Expire, First Out” — ou, como também são conhecidos, PEPS e PVPS —, estão associados à atividade de planejamento de demanda, de organização e de controle de estoque.
As siglas são termos usados na logística, em especial, no Supply Chain, de modo que o primeiro é, em suma, uma estratégia que visa assegurar que os produtos que estão armazenados há mais tempo sejam comercializados primeiro.
Por sua vez, o segundo é ligado à ideia de que as mercadorias que têm a data de vencimento mais próxima devem ser despachadas primeiro, independentemente do tempo que estão estocadas.
Quer compreender melhor ambas as concepções, quais são as suas características, quais são os objetivos e como implementá-las para otimizar os resultados de uma empresa? Continue a leitura das próximas linhas!
O que se pode entender por FIFO e FEFO e quando se deve aplicar cada um?
Como dito, basicamente, trata-se de metodologias que visam garantir um gerenciamento adequado do estoque — independentemente de ser de um almoxarifado, um armazém ou um centro de distribuição. Por meio deles, torna-se viável ordenar todo o fluxo tanto de entrada quanto de saída das mercadorias, de modo que a escolha da estratégia mais conveniente depende do tipo de produto com o qual se está lidando.
O FIFO, que, em tradução livre, significa “primeiro a entrar, primeiro a sair” — por isso, também é conhecido como PEPS —, determina que aqueles itens que estão há mais tempo no estoque devem ser despachados para o público primeiro. A ideia é assegurar uma equivalência entre o custo do produto comercializado e o custo do estoque remanescente.
A sua aplicação é mais usual em estoques de giro médio ou em itens com um prazo de validade ou uma vida útil mais longa. Como exemplos, é possível citar produtos não perecíveis, mercadorias congeladas ou até itens que não têm uma data de vencimento.
O FEFO, que, por sua vez, em tradução livre, significa “primeiro a vencer, primeiro a sair” — por isso, também é conhecido como PVPS —, determina que os produtos com a data de validade mais próxima da expiração devem ser despachados primeiro, não importando, nesse caso, há quanto tempo estão estocados.
Esse método, por outro lado, é mais empregado quando se lida com itens de alto giro, como mercadorias com vida útil ou prazos de validade muito curtos. Como exemplos, é possível citar itens resfriados e perecíveis.
Quais são as vantagens de cada um?
A proposta do “First In, First Out” é bastante interessante para vários segmentos varejistas, afinal:
- facilita a precificação dos produtos, já que há ganhos em rotatividade, tornando mais simples o controle dos custos das entradas e dos preços de saída;
- reduz os desperdícios de produtos e a manutenção de mercadorias que já estejam vencidas ou com o prazo de vencimento muito próximo — principalmente nos casos em que ainda há que se considerar um tempo de deslocamento do item até as mãos do consumidor;
- minimiza a necessidade de dispor de grandes estoques, tornando viável, inclusive, em alguns casos, reduzir os custos por meio da manutenção de um centro de armazenagem que seja mais enxuto;
- torna, quando cabível, a expedição de mercadorias mais ágil — facilitando a localização do item, a sua separação, a inserção na embalagem e o envio.
Por outro lado, o “First Expire, First Out” visa garantir que os clientes sempre terão acesso a produtos recentemente fabricados. Como vantagens da metodologia, é possível elencar:
- viabiliza a identificação das mercadorias que se tornaram obsoletas de forma prematura e o reconhecimento dos custos atrelados a essas possíveis perdas;
- diminui o tempo de procura por produtos estocados que estejam dentro do prazo de validade ou em boas condições;
- agrega valor à imagem da empresa no mercado, já que as mercadorias ofertadas ao público sempre estarão em perfeito estado.
Como cada uma das estratégias pode ser implementada em uma empresa?
Para utilizar o FIFO no gerenciamento de estoque de mercadorias da sua organização, é interessante seguir dois passos simples, porém altamente valiosos:
- estabelecer a capacidade máxima de armazenagem, criando um limite de “vagas” na fila. Assim, quando esse marco for alcançado, é necessário interromper o processo para evitar o excesso de mercadorias estocadas;
- respeitar o sequenciamento dos produtos, tendo em mente que um item não pode ultrapassar o outro na fila. Ou seja, se uma determinada mercadoria estiver de fora, ela não pode ser inserida à frente de outras — é fundamental ter em mente a escala de priorização.
Já em se tratando de implementar o FEFO, é imprescindível que se considere exclusivamente a data de validade, fazendo um controle rígido sobre esse fator. Nesse sentido, inclusive, é interessante destacar que o método não é reconhecido como um meio de avaliação de ativos circulantes, de modo que o seu emprego se dá unicamente para o monitoramento operacional e logístico.
Contudo, além do prazo de validade, é interessante saber que o FEFO também se distingue do FIFO pela variação no preço dos produtos e dos insumos, principalmente quando há deflação ou inflação.
A razão para tanto é que o giro de estoque é muito mais alto e, naturalmente, muito mais dinâmico com a implementação desse método. Logo, essas mudanças externas não provocam impactos expressivos nos estoques, o que já é diferente em relação às mercadorias que passam muito tempo armazenadas.
A bem da verdade, de modo geral, em se tratando de fazer um bom gerenciamento do estoque, é fundamental que exista uma cultura de organização. Para isso, três são os elementos principais a serem envolvidos: a tecnologia, a rotina e o pessoal. Portanto, é necessário:
- qualificar o seu time, após definir qual das estratégias será utilizada, de modo que todos estejam a par do processo, pois isso evitará falhas e trará mais agilidade;
- estabelecer uma rotina, definindo a periodicidade de execução de cada etapa, pois tarefas semanais, quinzenais, mensais etc. auxiliam na manutenção do controle, tornando-o mais preciso;
- investir na tecnologia, pois um sistema de gestão é uma solução básica para qualquer operação.
Percebeu como FIFO e FEFO têm não apenas propostas diferentes, mas são aplicáveis a produtos com características distintas, de modo que cada metodologia tem as suas vantagens? Por isso, antes de optar pela estratégia ideal para a gestão do seu estoque, é fundamental avaliar qual delas é, de fato, mais conveniente, levando em conta as peculiaridades das mercadorias que você comercializa.
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