Pessoa caminhando com um cachorro dentro de um mercado pet, segurando uma caixa de transporte enquanto o cão olha para cima, cercados por prateleiras com produtos para animais.

Mercado pet no supermercado: como transformar esse setor em uma fonte de lucro para seu negócio

Quando o assunto é comportamento da população, há algo que podemos falar sem pensar duas vezes: todo brasileiro possui uma profunda relação emocional com os animais. Ocupando a terceira posição mundial em número de animais de estimação e faturamento do setor, o mercado pet brasileiro vem crescendo consistentemente ano após ano, impulsionado por tutores cada vez mais preocupados com o bem-estar e a qualidade de vida de seus companheiros. 

Com aproximadamente 160 milhões de pets no país e um faturamento que atingiu a marca de R$75,4 bilhões em 2024, segundo dados da ABINPET, esse cenário representa uma oportunidade de ouro para supermercados e atacarejos que desejam diversificar seu mix de produtos e aumentar suas margens.

A verdade é que, mesmo em períodos de instabilidade econômica, o setor mostra notável resiliência. Afinal, quando o assunto é o bem-estar dos bichinhos, 77% dos tutores brasileiros afirmam gastar quanto dinheiro for necessário para manter seus pets seguros e saudáveis. Esses são números que não podem ser ignorados por quem deseja aumentar o faturamento e fidelizar clientes.

Mas como exatamente o seu supermercado pode aproveitar essa onda e transformar a seção pet em uma verdadeira fonte de lucro? É sobre isso que falaremos a partir de agora.

Sumário

Por que investir no mercado pet dentro do supermercado?

Como você já deve ter percebido, os números falam por si. De acordo com a pesquisa Opinion Box 2025, 82% dos tutores consideram seus pets como parte da família, e o mesmo percentual afirma que seus animais são sua melhor companhia. Quer um dado ainda mais impressionante? A pesquisa, publicada em março deste ano, apontou que 72% dos entrevistados tratam seus pets como se fossem filhos. Ou seja, estamos falando de um vínculo emocional profundo que se traduz diretamente em decisões de compra.

Quando analisamos a distribuição de pets nos lares brasileiros, os números são igualmente reveladores: 74% dos entrevistados têm cachorros, 35% possuem gatos, e há uma presença significativa de aves (10%), peixes (5%), tartarugas (2%) e coelhos (2%). Isso representa um mercado amplo e diversificado, com necessidades específicas para cada tipo de animal.

Uma das maiores vantagens de investir no setor pet dentro do supermercado é a conveniência. Seu cliente já está no estabelecimento para realizar outras compras — por que não oferecer tudo o que ele precisa para seu animal de estimação no mesmo lugar? Esta conveniência se traduz em fidelização, uma vez que o cliente reconhece o valor de resolver várias necessidades em uma única parada.

Além disso, a frequência de compra de produtos pet é superior à média de outras categorias. Enquanto muitos produtos têm ciclos de reposição mensais ou até mais longos, itens como ração e petiscos são adquiridos com maior frequência. Segundo os dados da pesquisa, 89% dos tutores compraram ração nos últimos três meses, seguidos por produtos de higiene (48%) e brinquedos (43%). Incrível, não é?

Principais categorias de produtos pet para supermercados

Agora, vamos para a prática. Para estruturar uma seção pet lucrativa, é fundamental conhecer as categorias que apresentam melhor desempenho e entender como segmentá-las da forma correta. Vamos lá?

Alimentos: o pilar fundamental

A alimentação representa, sem dúvida, a categoria mais essencial e de maior giro no mercado pet. Como foi apresentado acima, a ração é o produto mais consumido, fazendo com que esta seja a categoria com maior penetração. Hoje, 74% dos pets brasileiros são alimentados exclusivamente com ração, enquanto apenas 20% combinam ração com comida caseira.

Agora, para estruturar adequadamente esta categoria, é importante considerar uma segmentação clara, como apresentamos abaixo:

  • Rações “Premium”: rações de alta qualidade, com ingredientes diferenciados e benefícios específicos para saúde e bem-estar. Marcas como Royal Canin (citada entre as top 5 tanto para cães quanto para gatos) são exemplos deste segmento.
  • Rações “Mainstream”: opções intermediárias com boa relação custo-benefício. Marcas como Dog Chow e Cat Chow se enquadram neste segmento.
  • Rações “Econômicas: alternativas mais acessíveis, que costumam ter alto volume de vendas.

É válido notar que, atualmente, grandes marcas como Pedigree (73%), Golden (57%) e Dog Chow (51%) lideram o conhecimento para rações caninas, enquanto Whiskas (69%), Friskies (57%) e Golden (48%) são as mais conhecidas para gatos. Isso é um bom indicativo de quais marcas não podem faltar no seu mix.

Importante! O ticket médio com alimentação para os pets, ainda de acordo com o levantamento da Opinion Box, variam entre R$51 e R$200 para 60% dos tutores, demonstrando o potencial econômico da categoria.

Petiscos e guloseimas: altos ganhos com itens complementares

Os petiscos representam uma excelente oportunidade de incrementar o ticket médio, afinal, uma boa parcela dos tutores costumam comprar snacks industrializados com regularidade. Estes produtos possuem margens superiores às da ração convencional e são frequentemente comprados por impulso.

A exposição estratégica destes itens próximos ao caixa ou nas próprias gôndolas de ração pode aumentar significativamente as vendas cruzadas. São produtos que despertam a emoção do tutor, que vê neles uma forma de demonstrar afeto pelo seu animal.

Higiene e limpeza: recorrência garantida

Produtos como shampoo, condicionador, sabonetes, escova dental, repelentes e areia sanitária (para gatos) fazem parte da rotina de cuidados com os pets. A pesquisa indica que 48% dos tutores compraram produtos de higiene nos últimos três meses, demonstrando a relevância da categoria.

No caso específico de gatos, a areia sanitária é um item de alta recorrência, posto que, uma vez adotado pelo tutor, gera compras regulares praticamente garantidas.

Quanto ao ticket médio nesta categoria, 25% dos tutores gastam até R$50 por mês, e outros 25% gastam entre R$51 e R$100, mostrando que, embora individualmente possam ter valor menor que a alimentação, estes produtos somados representam uma fatia considerável dos gastos.

Acessórios básicos: complementando a experiência

Coleiras, guias, comedouros, bebedouros e brinquedos são itens que, embora não tenham a mesma frequência de compra que alimentos e produtos de higiene, geram boas margens e ajudam a compor uma seção pet completa.

A pesquisa também se aprofundou neste ponto, identificando que 43% dos tutores adquiriram brinquedos nos últimos três meses, e 30% compraram coleiras ou focinheiras, revelando o potencial destes itens acessórios. 


Leia também: Flores no supermercado? Conheça o nicho que pode aumentar as vendas do seu negócio


Como estruturar uma seção pet no supermercado

Agora que já apresentamos o básico sobre esse mercado, vamos ver como estruturar a sua seção? Em primeiro lugar, é importante saber que a disposição física da seção pet dentro do seu estabelecimento pode determinar o sucesso ou fracasso desta categoria. Alguns pontos fundamentais devem ser considerados — e você verá os principais deles a seguir.

Localização estratégica

A seção pet deve estar em um local de fácil acesso e visibilidade. Idealmente, posicione-a próxima a categorias complementares, como produtos de limpeza doméstica ou alimentos. Esta proximidade facilita a associação mental entre as necessidades da casa e as necessidades do pet.

Evite posicionar produtos pet próximos a alimentos frescos ou não embalados, pois isso pode gerar percepções negativas quanto à higiene, principalmente no caso de areia sanitária e outros produtos de limpeza animal.

Organização lógica e intuitiva

Organize os produtos de forma que facilite a navegação do cliente, seguindo uma lógica clara:

  • Por tipo de animal: separação clara entre produtos para cães, gatos e outros pets.
  • Por subcategoria: alimentação, higiene, acessórios e medicamentos (se aplicável).
  • Por segmento de preço: dentro de cada subcategoria, organize do econômico ao premium, facilitando a comparação.

Esta organização não apenas melhora a experiência de compra, como também facilita a reposição e o controle de estoque pela sua equipe.

Comunicação visual diferenciada

A sinalização adequada é fundamental para guiar o cliente na seção pet. Utilize cores vibrantes e imagens de animais que despertem emoção e conexão. Destaque informações relevantes como benefícios, diferenciais nutricionais (no caso de alimentos) e promoções.

Considere também a criação de materiais educativos que orientem o cliente na escolha do produto mais adequado para seu pet. Informações sobre as necessidades específicas de cada raça ou fase da vida do animal agregam valor e demonstram compromisso do seu estabelecimento com o bem-estar dos pets.

Cross merchandising efetivo

Crie conexões entre a seção pet e outros departamentos do supermercado. Por exemplo:

  • Exposição cruzada entre produtos de limpeza da casa e produtos de higiene pet;
  • Promoções combinadas entre itens para churrasco e petiscos para cães;
  • Displays de produtos pet próximos à seção infantil, explorando a conexão emocional entre crianças e animais.

Essas estratégias aumentam a visibilidade da categoria e estimulam compras não planejadas.

Gestão de estoque e fornecedores para o mercado pet

A gestão eficiente do estoque é particularmente importante para o sucesso da seção pet. Afinal, estamos falando de um mercado onde o consumo ainda é majoritariamente por meio dos pontos físicos — 60% em supermercados e 23% em lojas especializadas/pet shops. Isso evidencia a importância de manter um sortimento adequado e evitar rupturas.

Seleção de fornecedores alinhados ao seu público

Agora, aqui vai uma dica importante. Antes de decidir quais marcas trabalhar, analise o perfil socioeconômico do seu público. A pesquisa da Opinion Box revelou que 84% dos tutores entrevistados pertencem às classes CDE, indicando a necessidade de um mix que contemple opções acessíveis, sem abrir mão de alternativas premium para os 16% pertencentes às classes A e B.

Sendo assim, estabeleça relacionamentos sólidos com distribuidores que possam garantir não apenas bons preços, mas também regularidade nas entregas e suporte comercial (como material promocional, treinamentos para equipe e ações de merchandising).

Particularidades do estoque pet

Alguns aspectos específicos do segmento pet merecem atenção especial:

  • Validade: rações e petiscos possuem prazos de validade relativamente curtos, especialmente após abertos. Implemente um sistema de controle rigoroso para evitar perdas.
  • Embalagens: produtos como ração ocupam espaço considerável e possuem embalagens sensíveis a danos. Garanta condições adequadas de armazenamento e manuseio.
  • Sazonalidade: embora menos sujeito a oscilações sazonais que outras categorias, produtos como antipulgas e carrapaticidas têm picos de venda em determinadas épocas do ano.

Prevenção de rupturas nos itens essenciais

A ruptura em itens como ração pode significar a perda definitiva de um cliente. Quando um tutor não encontra o alimento habitual de seu pet, é provável que busque outra loja e, se tiver uma experiência satisfatória, pode não retornar.Utilize soluções tecnológicas de gestão de estoque que permitam o monitoramento em tempo real e a reposição automática de produtos quando atingirem determinado nível crítico. Sistemas como o CISSPoder podem ser valiosos aliados neste processo.

CISSPoder (Fonte – YouTube)

Mercado pet no supermercado: uma oportunidade que vai além do faturamento

Muito mais que uma simples adição ao mix de produtos, a seção pet representa uma oportunidade de conexão emocional com seus clientes. Num país onde os pets são considerados como parte da família, oferecer uma experiência de compra completa e cuidadosa para esta categoria é uma demonstração de que seu estabelecimento compreende o que realmente importa para seus consumidores.

Os números são claros: o mercado pet no Brasil é robusto, resiliente e movido por laços afetivos profundos. Seu supermercado pode — e deve — capturar uma fatia deste mercado, transformando a seção pet em uma fonte consistente de lucro e fidelização.


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