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Aprenda a definir a margem de lucro para o seu negócio

Não há dúvidas de que a margem de lucro é um dos fatores cruciais na estratégia das organizações. Se for mal definida, ela afeta os resultados das vendas e pode inviabilizar a continuidade das operações. Organizações sem lucro saudável acabam encontrando dificuldades para se manter no mercado, podendo ir à falência mesmo com um alto volume de vendas.

O problema é que muitos empresários têm dúvidas sobre como calcular a margem de lucro de um produto. Se esse é o seu caso, não se preocupe: estamos aqui para ajudar. Neste artigo você vai aprender a definir a margem de lucro para as suas mercadorias. Selecionamos dicas para ter mais precisão na formação do preço, ganhando segurança na atuação. Acompanhe!

O que é uma margem de lucro saudável?

Para alguns empresários, quanto maior for a margem de lucro, melhor, enquanto outros preferem ter um lucro menor, mas ganhar na quantidade, mantendo os preços competitivos. Como tudo na vida, existe um meio-termo.

Uma margem de lucro saudável é aquela que assegura a permanência da empresa no mercado no longo prazo, proporcionando um retorno adequado (e não necessariamente excepcional) aos donos do negócio.

A margem também varia de acordo com o setor de atuação e com o posicionamento da sua organização no mercado em que atua. Se analisarmos empresas que atuam com produtos/serviços considerados commodities, as margens de lucro são baixas, mas os gestores estão conscientes deste modelo.

Já produtos e serviços considerados supérfluos têm o percentual de lucro bem elevado, o que torna o empreendimento mais atraente — aqui, o desafio é atrair clientes.

Por que é importante ter uma margem de lucro saudável?

Já sabemos que conhecer a margem de lucro é importante para assegurar a permanência da empresa no mercado, mas essa não é a única razão para acompanhar esse indicador de perto. Outro motivo é o planejamento para o futuro, pois ao conhecer a rentabilidade, é possível fazer planos para o crescimento do negócio com base em avaliações precisas e confiáveis.

Ela também é essencial para ajudar a empresa a avaliar quais produtos ou serviços são mais vantajosos para o negócio. Isso facilita a elaboração de estratégias para melhorar as vendas dos itens mais lucrativos. Outra razão para acompanhar esse número é verificar a saúde financeira da empresa mês a mês, para analisar se há um equilíbrio constante.

Caso sejam identificadas grandes variações, é necessário observar com mais atenção para verificar as causas da oscilação. Isso acontece porque fazer uma boa gestão financeira é essencial para manter a empresa em épocas de crises ou de variações na economia.

Como calcular a margem de lucro?

Existem diferentes formas de calcular a margem de lucro de um produto ou serviço. Confira, a seguir, algumas maneiras de fazer esse cálculo.

Calcule o markup (margem sobre o custo)

O markup é um método que busca chegar a um preço capaz de cobrir todas as despesas, além de oferecer o lucro desejado. Ao calculá-lo, o gestor passa a ter em mãos um índice multiplicador que pode ser usado para precificar mercadorias rapidamente.

O ponto negativo dessa metodologia é que ela não se trata efetivamente de uma margem de lucro, mas de uma estimativa. O índice multiplicador, portanto, pode ser utilizado como base, e não como algo definitivo.

O cálculo do markup é o seguinte:

Markup = 100 ÷ [100 – (despesas fixas + despesas variáveis + lucro desejado)]

Digamos que você esteja vendendo um produto cujas despesas fixas correspondem a 25%, as despesas variáveis a 13%, enquanto o lucro desejado é de 10%. Nesse caso, o cálculo do markup fica da seguinte forma:

100 ÷ [100 – (25 + 13 + 10)]

100 ÷ [100 – 48]

100 ÷ 48

2,083

O resultado do cálculo (nesse caso, 2,083) é o fator multiplicador que pode ser utilizado para a precificação. Suponhamos que você tenha uma mercadoria com custo de R$ 3,00 a unidade. A fórmula do preço final ficaria assim:

R$ 3,00 x (markup)

R$ 3,00 x 2,083

R$ 6,25

Calcule a margem bruta e a margem líquida

A margem bruta e a margem líquida são indicadores importantes, pois oferecem informações diferenciadas sobre a rentabilidade da empresa. Por isso, é preciso entender a diferença entre elas e como calcular cada uma.

Margem bruta

A margem bruta mede a rentabilidade do negócio, isto é, a porcentagem que a empresa ganha sobre cada venda. Sua fórmula é a seguinte:

MB = (LB ÷ RT) x 100

Em que:

  • MB = margem bruta
  • LB = lucro bruto
  • RT = receita total

Quer entender melhor esse cálculo? Vamos a um exemplo prático. Imagine que uma companhia tenha uma receita bruta mensal de R$ 150.000,00. Esse é o valor total vendido no mês, mas para chegar a essa quantia, a empresa teve certos custos.

Digamos que ela tenha gastado R$ 70.000,00 na compra de mercadorias, R$ 18.000,00 de frete e R$ 10.000,00 com armazenamento. O lucro bruto é o valor que sobra depois desses descontos. Nesse caso, R$ 52.000,00.

A partir daí, utilizando a fórmula da margem bruta, apresentada acima, temos o seguinte índice:

(R$ 52.000,00 ÷ R$ 150.000,00) x 100

(0,3466) x 100

34,67%

Margem líquida

Agora que você já conhece a margem bruta, fica mais fácil compreender a margem líquida e aprofundar ainda mais a definição da sua margem de lucro.

A diferença é que aqui você vai descontar todas as despesas e os impostos. Isso acontece porque, em vez de trabalhar com o lucro bruto, a margem líquida utiliza a variável lucro líquido. A margem líquida diz respeito à quantidade de dinheiro que uma organização lucra a cada real de receita obtido (depois de pagar todas as suas despesas e os impostos).

Imagine que a margem de lucro líquido de um negócio seja de 7%. Nesse caso, cada vez que a empresa fatura R$ 100,00, sobram R$ 7,00 depois de todos os descontos. A fórmula da margem líquida é a seguinte:

ML = (LL ÷ RT) x 100

Sendo que:

  • ML = Margem líquida
  • LL = Lucro líquido
  • RT = Receita total

Considerando novamente o exemplo anterior, para se chegar à margem líquida, o gestor deve subtrair além das despesas operacionais, os impostos incidentes. Vamos supor que, juntos, eles representem R$ 30.000,00. Nesse exemplo, o valor do lucro líquido é de R$ 22.000,00.

Note que o lucro líquido corresponde ao valor do lucro bruto menos as despesas e os impostos. No nosso exemplo, o lucro bruto era de R$ 52.000,00. Subtraímos R$ 30.000,00 e ficamos com um lucro líquido de R$ 22.000,00.

Desse modo, o cálculo da margem líquida fica assim:

(R$ 22.000,00 ÷ R$ 150.000,00) x 100

(0,1466) x 100

14,67%

Chegamos a um resultado no qual a margem líquida é de 14,67%. Isso significa que a cada R$ 100 vendidos, a organização lucra R$ 14,67.

Essa abordagem é a mais indicada para definir a margem de lucro de uma companhia. Quando utilizada corretamente, a margem líquida ajuda a empresa a conquistar melhores resultados e a permanecer no mercado no longo prazo.

Quais são as melhores dicas para ter mais precisão na formação do preço?

Agora que você já sabe mais sobre a margem de lucro, separamos algumas dicas para que você tenha mais precisão na formação do preço, de forma a ter mais segurança na operação da sua loja.

1. Mantenha seu DRE em dia

Como você viu, o cálculo da margem líquida não é difícil de ser feito. Contudo, o desafio não está nas contas que o empreendedor faz, e sim em ter os dados corretos em mãos. Para que essas informações tão importantes sejam obtidas, é fundamental que o gestor tenha um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) feito corretamente.

O método simples de manter a DRE sempre em dia e de forma coerente é utilizar um software de gestão especializado no ramo em que a sua empresa atua. Para que isso aconteça, basta efetuar no sistema todos os lançamentos das notas de quaisquer despesas/custos, compras, vendas etc.

Ao alimentar o software com essas informações, ele gera os dados financeiros, contábeis, fiscais e de estoque automaticamente — por consequência, o DRE estará pronto, sem a necessidade de retrabalho.

2. Faça pesquisa de preços

A pesquisa de preços consiste em um levantamento dos valores praticados pelos seus concorrentes. Isso não significa que o empreendedor deve simplesmente copiar o que as outras empresas fazem. Pelo contrário: o estudo de mercado permite manter a competitividade sem colocar em risco a saúde financeira da sua empresa.

O primeiro passo é definir quais concorrentes serão acompanhados. A partir daí, você começa a entender a real situação. É possível até que alguns deles estejam errando na precificação, para mais ou para menos.

O segundo passo é calcular o preço médio de venda dos produtos na região em que a sua empresa atua, com os preços mais altos e os mais baixos encontrados. A partir disso, é possível analisar quais dos seus produtos estão com valores muito fora do comercializado pelos concorrentes, procurando adequá-los.

Nunca deixe de calcular a margem de lucro líquida, pois do contrário você, estará trabalhando no “achismo”. Ela te trará confiança para que você não entre em uma briga de preços com a concorrência prejudicando a empresa financeiramente.

3. Conheça todos os custos da empresa

Os custos da empresa são dados imprescindíveis na hora de calcular o preço de venda de produtos e serviços e, como consequência, para conhecer a rentabilidade. É preciso diferenciá-los em custos e despesas, pois o primeiro se refere às despesas necessárias para que o negócio funcione, ou seja, são gastos com o pagamento de fornecedores e demais necessidades relacionadas a isso.

Já as despesas são os gastos administrativos da empresa, ou seja, as contas referentes à manutenção do negócio e ao seu funcionamento propriamente dito. Como exemplos, podemos citar as despesas com água, luz, salários e outros gastos relacionados.

Vale ressaltar que todos esses valores são importantes para a determinação da margem de lucro, pois eles são utilizados para basear os cálculos de preços conforme mostramos nas simulações anteriores. Quanto mais precisas forem essas informações, melhor será para o resultado da empresa.

4. Adote a estratégia de preços dinâmicos

A utilização de preços dinâmicos é uma estratégia usada para aumentar as vendas em momentos específicos. Na prática, há uma alteração nos preços dos produtos — que podem aumentá-los ou diminuí-los — de acordo com a necessidade do momento. A decisão de alterar o valor pode ser em função da disponibilidade do item no mercado, por exemplo.

Se for um produto com baixa oferta pela concorrência, é possível aumentar o preço dele em determinados momentos. Se o produto tiver muitas ofertas no mercado, é preciso reduzir o valor para aumentar as vendas e superar a concorrência.

Outra razão para a utilização dos preços dinâmicos é a implantação de ofertas relâmpago, em que os produtos são oferecidos com condições especiais apenas em determinados períodos do dia.

Vale ressaltar que a definição dos preços dinâmicos leva em consideração os custos que envolvem o produto, a margem de lucro estimada e os demais fatores que motivam sua utilização, como o valor aplicado pela concorrência ou a disponibilidade do item no mercado.

5. Invista em um software de gestão

Já comentamos sobre como um software ERP pode ajudar a conhecer os números do seu negócio, mas não é só isso. Ao contar com uma solução automatizada e integrada para gerir a sua empresa, você pode encontrar inúmeras oportunidades de cortes de gastos. Com isso, surgem mais chances de praticar preços competitivos sem ter a margem de lucro prejudicada.

Por fim, lembre-se que a sua contabilidade é fonte de informações e suporte para a obtenção dos valores e percentuais de custos e despesas, contribuindo para as definições de margens de lucro dos seus produtos. Esse setor atua de maneira estratégica, contribuindo para reconhecer as situações em que a empresa se encontra, bem como auxiliando nos planejamentos estratégicos para as próximas ações.

Saber como calcular a margem de lucro e entender como ela é formada é importante para acompanhar a evolução financeira da empresa e, com isso, fazer um planejamento para o futuro com base em informações precisas. Revise sempre seus cálculos e processos para tornar a precificação cada vez mais fácil e natural.

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